O Canionismo, ou Canyoning, consiste em seguir sem embarcação o percurso traçado por um curso d’água no interior de um cânion, desde seu inicio até o seu final. O trajeto pode incluir descidas por cachoeiras, gargantas, corredeiras, poços, escaladas de rochas e quaisquer outros obstáculos que possam aparecer. Na prática do esporte são utilizadas técnicas e equipamentos sobretudo do montanhismo, do cachoeirismo e do rapel, e em trechos do percurso pode ser preciso saber saltar e nadar.
Para a segurança dos praticantes do esporte, faz-se necessária a supervisão de profissionais capacitados que atendam a alguns requisitos normativos da ABNT. O condutor especializado deve observar as normas da ABNT NBR 15400 - Turismo de aventura – Condutores de canionismo e cachoeirismo - Competências de pessoal; o condutor auxiliar obedece a ABNT NBR 15285 – Turismo de aventura – Condutores - Competências de pessoal. Dentre os equipamentos necessários para a prática da modalidade, estão as cordas e aneis de fita, mosquetões, capacetes, cadeirinhas de canionismo, auto-seguro e freio descensor. O contato com a água é frequente, por isso é aconselhável também o uso de roupas de neoprene. Em circunstâncias em que exista o risco de afogamento durante a prática da atividade, é recomendável também a utilização de coletes de flutuação.
Além dos equipamentos de segurança, do pessoal capacitado, e do vigor físico necessário para superar os obstáculos, é preciso que o praticante tenha habilidade para andar sobre as pedras fixas ou soltas dos rios, que são um piso bastante liso e irregular.
Imagem 1: Canionismo em Gitgit, Bali, Indonesia
Imagem 2: Canionismo no Vale dos Macaquinhos, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros
A atividade do rafting é uma modalidade de turismo de aventura muito comum, na qual é realizada descida em corredeiras em rios, basicamente em equipe, estando munidos de equipamentos de segurança e botes infláveis. Antes de se começar qualquer descida de rafting, o responsável pela atividade passa a todos os integrantes do grupo instruções de conduta relativas à segurança. Estas instruções são lembradas pelos demais condutores durante momentos estratégicos da descida, e seu cumprimento se torna fundamental para a segurança de todos. O rafting comercial permite a experiencia de descer o rio para pessoas de todas as geraçoes que na sua maioria nunca tiveram contato com este tipo de atividade.
Porém a atividade esta regida no âmbito nacional através da Lei Geral do Turismo (LEI nº 11.771 de Setembro de 2008). Sendo que esta define diretrizes como:
- Possuir condutores de rafting devidamente qualificados como a norma técnica da ABNT-NBR-15370, ou seja, condutores de rafting que possuam competência pessoal - condutores de rafting.
Fig 1: Rafting em Montenegro/RS
Fig 2: Rafting noturno em Brotas/SP
Fig 3: Rafting em Brotas/SP
- Ser uma agência de turismo
- Deve ter a norma técnica no Sistema de Gestão de Segurança ABNT- NBR 15.331.
- Possuir certificado de cadastro no Ministério do Turismo.
Sobre a norma pode se destacar a clareza e a abrangência a qual sua descrição foi feita. Devido a esta atividade apresentar diferentes graus de dificuldade, a norma explora bem seus detalhes, descreevendo os reais perigos e como também situações as quais os adeptos e até mesmos os estreantes possam vir a enfrentar. Deste modo, seu rigor e como também o caráter explicativo estão bem elaborados e observados na norma tanto para os praticantes como para os condutores da atividade, priorizando uma maior segurança e conscientização quanto a este ramo de aventura turistica.
REFERENCIAS
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. CB54-Projeto 003. 11-001/1: Turismo de aventura/Rafting/Parte 1: Requisitos das instalações físicas, abr. 2007. 19p.
O balonismo é uma atividade aérea realizada em um balão de ar quente aquecido com chamas de gás propano que depende de um piloto experiente para que não ocorra acidentes. No balonismo cada voo revela uma paisagem diferente,para quem gosta de contemplar a natureza de outros ângulos e admirar a natureza é uma ótima atividade.
O principal risco da atividade é o condutor não possuir a qualificação exigida, procure saber antes a procedência do seu condutor.
Normas técnicas referentes
Não há normas específicas da ABNT para o balonismo, a atividade é regida pelas normas de voo da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Pois o balão é considerado uma aeronave, logo o piloto deve ser qualificado e possuir uma licença, liberada pela ANAC. O balonismo é reconhecido pela FAI (Federation Aeronautique Internacionali), como o desporto aéreo mais seguro, com índices de acidentes próximos a zero. Podemos então dizer que a ABNT não interfere na prática do balonismo, já que a atividade é regida pelas normas específicas da ANAC, (não há normas específicas da ABNT para a atividade de bsalonismo).
Cristian de Moura Boff.
Referências bibliográficas: Google imagens, Google internet Wikipédia e sites........
Escalada é um dos Atrativos Naturais de Turismo de Natureza onde segundo as normas de ABNT é realizado pelos condutores, onde são oferecidas comercialmente. Para quem for realizar esta atividade em espaço livre, esta modalidade exige aparelhos específicos de segurança.
domingo, 13 de setembro de 2015
Arvorismo
Paloma Tavares Saccol
O
turismo de aventura é uma prática que envolve pessoas no meio da natureza.
Dessa forma, o arvorismo é um esporte de locomoção por percursos em alturas
instalados em árvores ou em outras estruturas.
Nesta
perspectiva, são estabelecidas regras pela ABNT para um melhor desenvolvimento
dos esportes de aventura. A elaboração desta norma organiza de forma
sistemática os elementos presentes na concepção, construção e implantação de
parques de arvorismo de maneira que uma organização possa estabelecer
parâmetros de controle da qualidade e segurança, incluindo os cuidados com as
questões ambientais relacionadas à construção de um parque de arvorismo.
As
atividades de turismo de aventura que envolve arvorismo oferecem um nível de
risco elevado e suas instalações físicas devem ser construídas de forma
planejada e controlada. Com uma oferta crescente deste tipo de atividade no
país, é oportuno que seja elaborada uma norma de requisitos para as instalações
físicas de parques de arvorismo. Assim, no arvorismo as regras estabelecidas
pela ABNT são eficientes, mas algumas sugestões podem ser revistas.
Percursos com graus de dificuldades
diferentes, onde pessoas de qualquer idade possam praticar (percursos para
crianças, idosos e deficientes físicos);
Montar um projeto de percurso que se adapte
ao relevo do terreno;
Placas com informações sobre os tipos de flora
e fauna presentes no percurso;
Grupos pequenos que se interessem pela
natureza, onde tenha a presença de um guia interpretativo ambiental;
Cada parque de arvorismo deve ter preocupação
primordial com o meio ambiente. Recomenda-se a doação de dinheiro para a
manutenção de parques de proteção ambiental.
Referências
ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. CB54-Projeto 003. 11-001/1: Turismo de aventura/Parque de arvorismo/Parte 1: Requisitos das instalações físicas, abr. 2007. 19p.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Ecoturismo
destinado a pessoas deficientes e
com
mobilidade reduzida
Daniel Borini Alves
Thaimon da Silva Socoloski
A
acessibilidade vem ocupando cada vez mais lugar de destaque nas discussões
acadêmicas, das mais variadas áreas científicas e implantada em projetos de
inclusão social, nos mais variados âmbitos. Neste contexto, observa-se que os
deficientes e as pessoas com mobilidade reduzida, que antes eram tratados
muitas vezes pela sociedade como inválidos e incapazes de desempenhar qualquer
atividade, condenados à isolação econômica e social, atualmente vem conquistando
cada vez mais seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho (SASSAKI, 1997).
E
dentro dessa perspectiva, com o intuito de sair da rotina de trabalho e da
agitação dos grandes centros urbanos, este público busca, ao desfrutar de seus
momentos de lazer, atividades em meio à natureza, como por exemplo a atividade
de ecoturismo. O ecoturismo é uma das atividades turísticas que mais crescem no
Brasil e no mundo, dessa forma, faz-se necessário a adequação das suas
infraestruturas e de seus serviços para que o público com mobilidade reduzida e
com deficiência possa desfrutá-las (Figura
1).
Figura 1. Exemplo de uma
adaptação sendo realizada no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro,
visando à possibilidade de circulação de cadeirantes.
Fonte: Disponível em <http://parnatijuca.blogspot.com.br/2011/06/trilha-para-portadores-de-necessidades.html>.
Acesso em 04/10/2012.
Para
tanto, os turismólogos, os geógrafos, os arquitetos e outros profissionais que
discutem a atividade ecoturísca devem planejar o destino turístico e os
atrativos turísticos que ali se encontram com o intuito de adequá-los às
necessidades deste público, a fim de que possam desfrutar dos espaços
turísticos e não turísticos com autonomia e segurança, princípios básicos para
a ocorrência da acessibilidade. Para auxiliar tais profissionais neste
planejamento algumas leis e normativas devem ser consideradas, tal com a Lei de
Acessibilidade (Decreto 5296), criada em 2004 e a norma da ABNT NBR 9050 (2004),
que consideram as adequações físicas dos estabelecimentos, públicos ou
privados, e dos serviços prestados por eles.
Essas
leis e normativas estabelecem uma série de critérios que qualificam o
atendimento as necessidades desse público. Inclui-se uma série de elementos,
como por exemplo, as dimensões de banheiros acessíveis, o tipo de piso mais
adequados de acordo com diferentes deficiências e inclusive a preparação de
profissionais para o atendimento especializado (como a formação de
profissionais fluentes em LIBRAS). Para atividades de ecoturismo, muitas vezes
associadas a trilhas em meio a natureza, há uma série de fatores específicos,
como a dimensão e inclinação do terreno que devem ser consideradas.
O
Ministério do Turismo (2009, 2010) também vem trabalhando para a inserção da
acessibilidade nas atividades turísticas, produzindo materiais que esclarecem
especificidades necessárias para adaptação turística a essa público, não só em
relação à infraestrutura, mas também aos serviços que podem ser
disponibilizados. Produziu-se em 2009 o encarte “Turismo acessível: introdução
a uma viagem de inclusão” e em 2010 o “Caderno de Orientações Básicas de
Segmentos Turísticos – Ecoturismo: Orientações Básicas”, que são materiais
disponíveis (Figura 2) para que os
profissionais que trabalham com essas atividades possam ter algumas bases de
orientação para suas práticas.
Figura 2. Materiais organizados
pelo Ministério do Turismo buscando orientar a acessibilidade nas atividades
turísticas. A esquerda a capa do encarte “Turismo Acessível: Introdução a uma
viagem de inclusão” (2009), e à direita a capa do material “Ecoturismo:
Orientações Básicas” (2010).
Fonte: Disponíveis em: <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Cartilha-1Verde.pdf>
e <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Ecoturismo_Orientacoes_Basicas.pdf>.
Acesso em 04/10/2012.
Porém,
ao discutir-se adaptações em âmbito natural para a atividade ecoturísca
destinada a esse público, deve-se ter cuidado para que as alterações, que
geralmente exigem maior artificialização, sejam feitas respeitando a
resiliência do ambiente, priorizando a conservação ambiental a partir de um
plano de manejo adequado. Mas de qualquer maneira deve-se levar em conta que a
abertura desses espaços para a visitação é pensada no contexto de que a atividade
de ecoturismo pode promover a sensibilização desses turistas, podendo
contribuir para o processo de conservação dessas áreas sob novos olhares da
relação homem-natureza.
Exemplos de atividades de ecoturismo
acessíveis no Brasil
Busca-se
a partir de agora apresentar alguns exemplos representativos no âmbito nacional
que envolve atividades de ecoturismo acessíveis a pessoas deficientes e com
mobilidade reduzida
Um
exemplo representativo ocorre em uma série no município de Socorro/SP, onde o
Mistério do Turismo, em parceria com a Associação para Valorização de Pessoas
com Deficiência (AVAPE), realizou o projeto Sensibilização para o Turismo
Acessível. Por meio deste projeto foi possível mapear a acessibilidade
turística da cidade a fim de planejar a atividade turística com atendimento
adequado e profissional para este público.
Nessa
cidade realizaram-se uma série de projetos, tais como as obras de
acessibilidade no Portal Colonial, Portal Lions, no Mirante do Cristo, Centro
de Eventos, Horto Municipal, adaptações no Centro Histórico e Comercial e
implantação do conjunto de semáforos sonoros. Em uma recente matéria o programa
“Fantástico” apresentou-se um roteiro de ecoturismo associado a uma atividade de
turismo de aventura no Centro de Ecoturismo adaptado para pessoas com
deficiência, como demonstra o vídeo.
Alencar
(2012) apresenta análise de atividades de ecoturismo acessível em alguns
Parques no Estado de São Paulo. De acordo com a análise da autora, existem três
Parques acessíveis para atividades de ecoturismo: o Parque Estadual da Serra do
Mar – Núcleo Picinguaba; Parque Estadual do Jaraguá; Parque Estadual Caverna do
Diabo.
O
primeiro deles apresenta roteiros que envolvem populações tradicionais, com
quilombos, índios e caiçaras, além de uma vasta biodiversidade com espécies de
onças, antas e macacos. Como atrativos apresenta alguns atrativos como o Pico
do Corcovado e a Praia da Fazenda. O segundo, Parque Estadual do Jaraguá,
possibilita a realização de atividades interpretativas riquezas históricas e os
atrativos de fauna e flora preservados. No terceiro e último Parque analisado, o
Parque Estadual Caverna do Diabo, que integra o Mosaico de Unidades de
Conservação do Jacupiranga, sendo que a unidade possui rico ecossistema com
fauna e flora variadas, tendo como principal atrativo a Gruta da Tapagem, mais
conhecida como Caverna do Diabo (Figura
3), que atrai visitantes do mundo inteiro.
Figura 3. Visitante
cadeirante junto a Caverna do Diabo no Parque Estadual Caverna do Diabo.
Fonte: Disponível em: <http://www.revistacca.com.br/2012/05/ecoturismo-parques-acessiveis.html>.
Acesso em 04/10/2012.
É
relevante se destacar ainda aqui algumas referências interessantes de endereços
de sites disponíveis para leitura e informação relacionada a atividades de
turismo e acessibilidade como o blog “Cadeira Voadora” e o site “Turismo Adaptado”.
O blog é de autoria da cadeirante Laura Martins, que adora viajar e em algumas
de suas postagens relata essas viagens discutindo entre outras questões as
dificuldades dos roteiros em torno da acessibilidade. O site se refere a uma
iniciativa de um também cadeirante, bacharel em Turismo, que apresenta alguns
materiais e disponibiliza alguns serviços para pessoas com diferentes tipo de
deficiências.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edificações,
mobiliário espaços e equipamentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
BRASIL.
Ministério do Turismo. Turismo Acessível: Introdução a uma Viagem de Inclusão.
v. 1. Brasília: Ministério do Turismo, 2009.
BRASIL.
Ministério do Turismo. Caderno de Orientações Básicas de Segmentos Turísticos –
Ecoturismo: Orientações Básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2010.
BRASIL.
Lei de Acessibilidade, Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004, Publicado no
D.O.U, nº 232, sexta-feira, de 03 de dezembro de 2004.
SASSAKI,
R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, RJ: WVA,
1997.
Um dos princípios básicos do ecoturismo é
fazer com que as comunidades locais se beneficiem
economicamente da atividade turística, valorizando e preservando suas riquezas
culturais e ambientais, para isto a comunidade local deve fazer parte do
projeto de ecoturismo.
O ecoturismo
com base local alavanca os principais objetivos dessa atividade:
preservação/conservação ambiental, identidade cultural, geração de ocupações
produtivas e de renda, desenvolvimento participativo e qualidade de vida. O
efeito multiplicador da atividade ecoturística é uma conseqüência positiva para
o desenvolvimento local.
Para a comunidade se inserir dentro do
ecoturismo e alavancar o desenvolvimento social, ambiental e econômico é necessário
um treinamento e capacitação de membros da comunidade, adequando cursos a
realidade local.
A capacitação desta comunidade deve estar
voltada para um projeto com foco no ecoturismo, e não ao turismo convencional
ou de massa, que caracteriza-se por dominar o turismo de uma região,
contribuindo muito pouco para a comunidade residente.
Este é um dos maiores problemas enfrentados
pelas econômicas e comunidades locais, com o turismo convencional ou de
massa ocorre a centralização das
operações turísticas nas mãos de empresas, no qual se preocupam com a
maximização dos lucros acabando por substituírem os produtos e e a mão de obra
local.
Dentro da perspectiva do ecoturismo, este
pode ser entendido como um agente para o desenvolvimento endógeno, com o
aproveitamento dos recursos naturais e pessoais, estimulando o crescimento
econômico, criando emprego, renda e riqueza, sobretudo melhorando a qualidade
de vida e bem estar social da comunidade local.
Entre o s benefícios sociais advindos do
ecoturismo, este pode contribuir para o desenvolvimento de infra-estruturas
básicas, urbanas e de acesso, proporcionando comodidade e conforto aos usuários
e moradores locais.
Como benefícios econômicos o ecoturismo pode
apresentar novas fontes de renda em decorrência dos serviços criados, como
guias, pousadas e restaurantes.
O desenvolvimento acontecerá a partir da
participação da comunidade, tendo representatividade nas ações do projeto,
estabelecendo também parcerias para a viabilidade destas ações, que devem
promover as potencialidades da região dinamizando a economia em conjunto com a
qualidade de vida da população local, com uma visão de sustentabilidade
procurando preservar as riquezas naturais e culturais da localidade para as
futuras gerações.
Este envolvimento e engajamento a comunidade
para a implantação do projeto poderá assegurar a longevidade do projeto.
O
envolvimento total das comunidades no setor do turismo não só traz benefícios a
elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da experiência
do turista.
Para ocorrer o desenvolvimento a partir de um
projeto de ecoturismo é muito importante que as comunidades locais mantenham
sua originalidade e autenticidade, onde cada comunidade possui sua trajetória e
potencialidades, isto reflete a sua identidade cultural, a participação deve
ter como estratégia tornar visível esta identidade cultural.
Esta cultura local é muito importante e deve
ser valorizada para o visitante, complementando as riquezas naturais.
Como exemplo cito o caso da gestão do turismo
pela comunidade local da Praia do Aventureiro, na Ilha Grande, município de
Angra dos Reis, RJ. Que teve como uma mobilização intitulada Pró-Aventureiro,
no qual buscava o direito dos moradores do aventureiro de ali se manterem e
realizarem atividades relacionadas ao turismo. A Praia do Aventureiro foi
inserida dentro dos limites da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul,
criada em 1981, ali já residia uma comunidade de pescadores com cerca de 300
anos. Após muitos conflitos por parte de moradores, turistas, órgãos públicos e ONGs ambientais, em 2007 houve a volta dos turistas, que visitam a área sob as
novas regras, que entraram em vigor após o acordo entre todas as partes. Na
alta temporada chegava a ter 2000 turistas e hoje é permitido no máximo 540
turistas. A Praia do Aventureiro foi retirada dos limites da reserva biológica
e deu início a um processo para a criação de uma reserva de desenvolvimento
sustentável, numa configuração em que os moradores do aventureiro ja vem há
anos adaptando seu modo de vida à existência de uma reserva e se relacionando
com o turismo de uma maneira singular associada ao seu modo de fazer a própria
vida.
Deste modo conclui-se que o ecoturismo pode
exercer em comunidades e economias locais um grande potencial transformador,
como uma ferramenta tanto de conservação como do desenvolvimento local nos
espaços naturais protegidos e suas populações tradicionalmente locais.
Referências:
Carlos N. de Carvalho, Joana Rodrigues,
Armindo Jacinto. Geoturismo e
desenvolvimento local. Printmor. Idanha-a-Nova, Portugal. 2009.
Roberto Bartholo, Davis G. Sansolo, Ivan
Burstyn (org). Turismo de base comunitária:
diversidades de olhares e experiências brasileiras. Letra e Imagem. Rio de
Janeiro. 2009.
Sylvia Mitraud (org). Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um
planejamento responsável. WWF Brasil. Brasília. 2003.