quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Canionismo

                                                                                                                 Renato Mello Casagrande

     O Canionismo, ou Canyoning, consiste em seguir sem embarcação o percurso traçado por um curso d’água no interior de um cânion, desde seu inicio até o seu final. O trajeto pode incluir descidas por cachoeiras, gargantas, corredeiras, poços, escaladas de rochas e quaisquer outros obstáculos que possam aparecer. Na prática do esporte são utilizadas técnicas e equipamentos sobretudo do montanhismo, do cachoeirismo e do rapel, e em trechos do percurso pode ser preciso saber saltar e nadar. 
     Para a segurança dos praticantes do esporte, faz-se necessária a supervisão de profissionais capacitados que atendam a alguns requisitos normativos da ABNT. O condutor especializado deve observar as normas da ABNT NBR 15400 - Turismo de aventura – Condutores de canionismo e cachoeirismo - Competências de pessoal; o condutor auxiliar obedece a ABNT NBR 15285 – Turismo de aventura – Condutores - Competências de pessoal. Dentre os equipamentos necessários para a prática da modalidade, estão as cordas e aneis de fita, mosquetões, capacetes, cadeirinhas de canionismo, auto-seguro e freio descensor. O contato com a água é frequente, por isso é aconselhável também o uso de roupas de neoprene. Em circunstâncias em que exista o risco de afogamento durante a prática da atividade, é recomendável também a utilização de coletes de flutuação.
     Além dos equipamentos de segurança, do pessoal capacitado, e do vigor físico necessário para superar os obstáculos, é preciso que o praticante tenha habilidade para andar sobre as pedras fixas ou soltas dos rios, que são um piso bastante liso e irregular.

                                                  Imagem 1: Canionismo em Gitgit, Bali, Indonesia

                    Imagem 2: Canionismo no Vale dos Macaquinhos, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Imagem 3: Canionismo no Lago de Garda, Itália


Referências: 
ABNT/CB-54 PROJETO 54:003.09-001, disponível em:
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/2BAB81808827D630832576BA004EA068/$File/NT000439D6.pdf 
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Esportes_Radicais/0,,MUL1231432-15040,00-CANIONISMO+EXIGE+MUITA+CORAGEM+DOS+MULTIESPORTISTAS+NA+CHAPADA.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Canyoning
http://www.abeta.tur.br/index.php/noticias/eventos/89-atividades/135-canionismo-e-cachoeirismo
http://www.outdoorplanet.net/en/lake-garda/canyoning-tours-italy.html

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

RAFTING

   

Patric Miraglia da Luz


 A atividade do rafting é uma modalidade de turismo de aventura muito comum, na qual é realizada descida em corredeiras em rios, basicamente em equipe, estando munidos de equipamentos de segurança e botes infláveis. Antes de se começar qualquer descida de rafting, o responsável pela atividade passa a todos os integrantes do grupo instruções de conduta relativas à segurança. Estas instruções são lembradas pelos demais condutores durante momentos estratégicos da descida, e seu cumprimento se torna fundamental para a segurança de todos. O rafting comercial permite a experiencia de descer o rio para pessoas de todas as geraçoes que na sua maioria nunca tiveram contato com este tipo de atividade.
   Porém a atividade esta regida no âmbito nacional através da Lei Geral do Turismo (LEI nº  11.771 de Setembro de 2008). Sendo que esta define diretrizes como: 

- Possuir condutores de rafting devidamente qualificados  como a norma técnica da ABNT-NBR-15370, ou seja, condutores de rafting que possuam competência pessoal - condutores de rafting.
 Fig 1: Rafting em Montenegro/RS
 Fig 2: Rafting noturno em Brotas/SP



                                                                                         Fig 3: Rafting em Brotas/SP

- Ser uma agência de turismo
- Deve ter a norma técnica no Sistema de Gestão de Segurança ABNT- NBR 15.331.
- Possuir certificado de cadastro no Ministério do Turismo.
  Sobre a norma pode se destacar a clareza e a abrangência a qual sua descrição foi feita. Devido a esta atividade apresentar diferentes graus de dificuldade, a norma explora bem seus detalhes, descreevendo os reais perigos e como também situações as quais os adeptos e até mesmos os estreantes possam vir a enfrentar. Deste modo, seu rigor e como também o caráter explicativo estão bem elaborados e observados na norma tanto para os praticantes como para os condutores da atividade, priorizando uma maior segurança e conscientização quanto a este ramo de aventura turistica.

REFERENCIAS

  ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. CB54-Projeto 003. 11-001/1: Turismo de aventura/Rafting/Parte 1: Requisitos das instalações físicas, abr. 2007. 19p. 
http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/46E70FDAC5FE6917832576BA004B8316/$File/NT000439A6.pdf

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Balonismo, Cristian de Moura Boff.

                                                Balonismo



   O balonismo é uma atividade aérea realizada em um balão de ar quente aquecido com chamas de gás propano que depende de um piloto experiente para que não ocorra acidentes. No balonismo cada voo revela uma paisagem diferente,para quem gosta de contemplar a natureza de outros ângulos e admirar a natureza é uma ótima atividade.
   O principal risco da atividade é o condutor não possuir a qualificação exigida, procure saber antes a procedência do seu condutor.

   Normas técnicas referentes

   Não há normas específicas da ABNT para o balonismo, a atividade é regida pelas normas de voo da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Pois o balão é considerado uma aeronave, logo o piloto deve ser qualificado e possuir uma licença, liberada pela ANAC.
   O balonismo é reconhecido pela FAI (Federation Aeronautique Internacionali), como o desporto aéreo mais seguro, com índices de acidentes próximos a zero. Podemos então dizer que a ABNT não interfere na prática do balonismo, já que a atividade é regida  pelas normas específicas da ANAC, (não há normas específicas da ABNT para a atividade de bsalonismo). 






                                                                                                           Cristian de Moura Boff.

Referências bibliográficas: Google imagens, Google internet Wikipédia e sites........

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Escalada




 Fonte: Rafael Camilo - Guia de Turismo

Everton Soares

Escalada é um dos Atrativos Naturais de Turismo de Natureza onde segundo as normas de ABNT é realizado pelos condutores, onde são oferecidas comercialmente. Para quem for realizar esta atividade em espaço livre, esta modalidade exige aparelhos específicos de segurança.

domingo, 13 de setembro de 2015

Arvorismo

Paloma Tavares Saccol

O turismo de aventura é uma prática que envolve pessoas no meio da natureza. Dessa forma, o arvorismo é um esporte de locomoção por percursos em alturas instalados em árvores ou em outras estruturas.

Nesta perspectiva, são estabelecidas regras pela ABNT para um melhor desenvolvimento dos esportes de aventura. A elaboração desta norma organiza de forma sistemática os elementos presentes na concepção, construção e implantação de parques de arvorismo de maneira que uma organização possa estabelecer parâmetros de controle da qualidade e segurança, incluindo os cuidados com as questões ambientais relacionadas à construção de um parque de arvorismo.

As atividades de turismo de aventura que envolve arvorismo oferecem um nível de risco elevado e suas instalações físicas devem ser construídas de forma planejada e controlada. Com uma oferta crescente deste tipo de atividade no país, é oportuno que seja elaborada uma norma de requisitos para as instalações físicas de parques de arvorismo. Assim, no arvorismo as regras estabelecidas pela ABNT são eficientes, mas algumas sugestões podem ser revistas.

  • Percursos com graus de dificuldades diferentes, onde pessoas de qualquer idade possam praticar (percursos para crianças, idosos e deficientes físicos);
  • Montar um projeto de percurso que se adapte ao relevo do terreno;
  • Placas com informações sobre os tipos de flora e fauna presentes no percurso;
  •  Grupos pequenos que se interessem pela natureza, onde tenha a presença de um guia interpretativo ambiental;
  • Cada parque de arvorismo deve ter preocupação primordial com o meio ambiente. Recomenda-se a doação de dinheiro para a manutenção de parques de proteção ambiental.



Referências

  ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. CB54-Projeto 003. 11-001/1: Turismo de aventura/Parque de arvorismo/Parte 1: Requisitos das instalações físicas, abr. 2007. 19p. 


sexta-feira, 5 de outubro de 2012


Ecoturismo destinado a pessoas deficientes e
com mobilidade reduzida

Daniel Borini Alves
Thaimon da Silva Socoloski

A acessibilidade vem ocupando cada vez mais lugar de destaque nas discussões acadêmicas, das mais variadas áreas científicas e implantada em projetos de inclusão social, nos mais variados âmbitos. Neste contexto, observa-se que os deficientes e as pessoas com mobilidade reduzida, que antes eram tratados muitas vezes pela sociedade como inválidos e incapazes de desempenhar qualquer atividade, condenados à isolação econômica e social, atualmente vem conquistando cada vez mais seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho (SASSAKI, 1997).
E dentro dessa perspectiva, com o intuito de sair da rotina de trabalho e da agitação dos grandes centros urbanos, este público busca, ao desfrutar de seus momentos de lazer, atividades em meio à natureza, como por exemplo a atividade de ecoturismo. O ecoturismo é uma das atividades turísticas que mais crescem no Brasil e no mundo, dessa forma, faz-se necessário a adequação das suas infraestruturas e de seus serviços para que o público com mobilidade reduzida e com deficiência possa desfrutá-las (Figura 1).



Figura 1. Exemplo de uma adaptação sendo realizada no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, visando à possibilidade de circulação de cadeirantes.
Fonte: Disponível em <http://parnatijuca.blogspot.com.br/2011/06/trilha-para-portadores-de-necessidades.html>. Acesso em 04/10/2012.

Para tanto, os turismólogos, os geógrafos, os arquitetos e outros profissionais que discutem a atividade ecoturísca devem planejar o destino turístico e os atrativos turísticos que ali se encontram com o intuito de adequá-los às necessidades deste público, a fim de que possam desfrutar dos espaços turísticos e não turísticos com autonomia e segurança, princípios básicos para a ocorrência da acessibilidade. Para auxiliar tais profissionais neste planejamento algumas leis e normativas devem ser consideradas, tal com a Lei de Acessibilidade (Decreto 5296), criada em 2004 e a norma da ABNT NBR 9050 (2004), que consideram as adequações físicas dos estabelecimentos, públicos ou privados, e dos serviços prestados por eles.
Essas leis e normativas estabelecem uma série de critérios que qualificam o atendimento as necessidades desse público. Inclui-se uma série de elementos, como por exemplo, as dimensões de banheiros acessíveis, o tipo de piso mais adequados de acordo com diferentes deficiências e inclusive a preparação de profissionais para o atendimento especializado (como a formação de profissionais fluentes em LIBRAS). Para atividades de ecoturismo, muitas vezes associadas a trilhas em meio a natureza, há uma série de fatores específicos, como a dimensão e inclinação do terreno que devem ser consideradas.
O Ministério do Turismo (2009, 2010) também vem trabalhando para a inserção da acessibilidade nas atividades turísticas, produzindo materiais que esclarecem especificidades necessárias para adaptação turística a essa público, não só em relação à infraestrutura, mas também aos serviços que podem ser disponibilizados. Produziu-se em 2009 o encarte “Turismo acessível: introdução a uma viagem de inclusão” e em 2010 o “Caderno de Orientações Básicas de Segmentos Turísticos – Ecoturismo: Orientações Básicas”, que são materiais disponíveis (Figura 2) para que os profissionais que trabalham com essas atividades possam ter algumas bases de orientação para suas práticas.


           
Figura 2. Materiais organizados pelo Ministério do Turismo buscando orientar a acessibilidade nas atividades turísticas. A esquerda a capa do encarte “Turismo Acessível: Introdução a uma viagem de inclusão” (2009), e à direita a capa do material “Ecoturismo: Orientações Básicas” (2010).
Fonte: Disponíveis em: <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Cartilha-1Verde.pdf> e <http://www.turismo.gov.br/export/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/downloads_publicacoes/Ecoturismo_Orientacoes_Basicas.pdf>. Acesso em 04/10/2012.


Porém, ao discutir-se adaptações em âmbito natural para a atividade ecoturísca destinada a esse público, deve-se ter cuidado para que as alterações, que geralmente exigem maior artificialização, sejam feitas respeitando a resiliência do ambiente, priorizando a conservação ambiental a partir de um plano de manejo adequado. Mas de qualquer maneira deve-se levar em conta que a abertura desses espaços para a visitação é pensada no contexto de que a atividade de ecoturismo pode promover a sensibilização desses turistas, podendo contribuir para o processo de conservação dessas áreas sob novos olhares da relação homem-natureza.

Exemplos de atividades de ecoturismo acessíveis no Brasil

Busca-se a partir de agora apresentar alguns exemplos representativos no âmbito nacional que envolve atividades de ecoturismo acessíveis a pessoas deficientes e com mobilidade reduzida
Um exemplo representativo ocorre em uma série no município de Socorro/SP, onde o Mistério do Turismo, em parceria com a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (AVAPE), realizou o projeto Sensibilização para o Turismo Acessível. Por meio deste projeto foi possível mapear a acessibilidade turística da cidade a fim de planejar a atividade turística com atendimento adequado e profissional para este público.
Nessa cidade realizaram-se uma série de projetos, tais como as obras de acessibilidade no Portal Colonial, Portal Lions, no Mirante do Cristo, Centro de Eventos, Horto Municipal, adaptações no Centro Histórico e Comercial e implantação do conjunto de semáforos sonoros. Em uma recente matéria o programa “Fantástico” apresentou-se um roteiro de ecoturismo associado a uma atividade de turismo de aventura no Centro de Ecoturismo adaptado para pessoas com deficiência, como demonstra o vídeo.


Alencar (2012) apresenta análise de atividades de ecoturismo acessível em alguns Parques no Estado de São Paulo. De acordo com a análise da autora, existem três Parques acessíveis para atividades de ecoturismo: o Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba; Parque Estadual do Jaraguá; Parque Estadual Caverna do Diabo.
O primeiro deles apresenta roteiros que envolvem populações tradicionais, com quilombos, índios e caiçaras, além de uma vasta biodiversidade com espécies de onças, antas e macacos. Como atrativos apresenta alguns atrativos como o Pico do Corcovado e a Praia da Fazenda. O segundo, Parque Estadual do Jaraguá, possibilita a realização de atividades interpretativas riquezas históricas e os atrativos de fauna e flora preservados. No terceiro e último Parque analisado, o Parque Estadual Caverna do Diabo, que integra o Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, sendo que a unidade possui rico ecossistema com fauna e flora variadas, tendo como principal atrativo a Gruta da Tapagem, mais conhecida como Caverna do Diabo (Figura 3), que atrai visitantes do mundo inteiro.


Figura 3. Visitante cadeirante junto a Caverna do Diabo no Parque Estadual Caverna do Diabo.
Fonte: Disponível em: <http://www.revistacca.com.br/2012/05/ecoturismo-parques-acessiveis.html>. Acesso em 04/10/2012.

É relevante se destacar ainda aqui algumas referências interessantes de endereços de sites disponíveis para leitura e informação relacionada a atividades de turismo e acessibilidade como o blog “Cadeira Voadora” e o site  “Turismo Adaptado”. O blog é de autoria da cadeirante Laura Martins, que adora viajar e em algumas de suas postagens relata essas viagens discutindo entre outras questões as dificuldades dos roteiros em torno da acessibilidade. O site se refere a uma iniciativa de um também cadeirante, bacharel em Turismo, que apresenta alguns materiais e disponibiliza alguns serviços para pessoas com diferentes tipo de deficiências.


REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário espaços e equipamentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo Acessível: Introdução a uma Viagem de Inclusão. v. 1. Brasília: Ministério do Turismo, 2009.

BRASIL. Ministério do Turismo. Caderno de Orientações Básicas de Segmentos Turísticos – Ecoturismo: Orientações Básicas. Brasília: Ministério do Turismo, 2010.

BRASIL. Lei de Acessibilidade, Decreto-lei 5296 de 2 de dezembro de 2004, Publicado no D.O.U, nº 232, sexta-feira, de 03 de dezembro de 2004.

SASSAKI, R. K. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, RJ: WVA, 1997.

Ecoturismo e desenvolvimento local




ECOTURISMO E DESENVOLVIMENTO LOCAL

Um dos princípios básicos do ecoturismo é fazer com que as  comunidades locais se beneficiem economicamente da atividade turística, valorizando e preservando suas riquezas culturais e ambientais, para isto a comunidade local deve fazer parte do projeto de ecoturismo.
O  ecoturismo com base local alavanca os principais objetivos dessa atividade: preservação/conservação ambiental, identidade cultural, geração de ocupações produtivas e de renda, desenvolvimento participativo e qualidade de vida. O efeito multiplicador da atividade ecoturística é uma conseqüência positiva para o desenvolvimento local.
Para a comunidade se inserir dentro do ecoturismo e alavancar o desenvolvimento social, ambiental e econômico é necessário um treinamento e capacitação de membros da comunidade, adequando cursos a realidade local.
A capacitação desta comunidade deve estar voltada para um projeto com foco no ecoturismo, e não ao turismo convencional ou de massa, que caracteriza-se por dominar o turismo de uma região, contribuindo muito pouco para a comunidade residente.
Este é um dos maiores problemas enfrentados pelas econômicas e comunidades locais, com o turismo convencional ou de massa  ocorre a centralização das operações turísticas nas mãos de empresas, no qual se preocupam com a maximização dos lucros acabando por substituírem os produtos e e a mão de obra local.
Dentro da perspectiva do ecoturismo, este pode ser entendido como um agente para o desenvolvimento endógeno, com o aproveitamento dos recursos naturais e pessoais, estimulando o crescimento econômico, criando emprego, renda e riqueza, sobretudo melhorando a qualidade de vida e bem estar social da comunidade local.
Entre o s benefícios sociais advindos do ecoturismo, este pode contribuir para o desenvolvimento de infra-estruturas básicas, urbanas e de acesso, proporcionando comodidade e conforto aos usuários e moradores locais.
Como benefícios econômicos o ecoturismo pode apresentar novas fontes de renda em decorrência dos serviços criados, como guias, pousadas e restaurantes.
O desenvolvimento acontecerá a partir da participação da comunidade, tendo representatividade nas ações do projeto, estabelecendo também parcerias para a viabilidade destas ações, que devem promover as potencialidades da região dinamizando a economia em conjunto com a qualidade de vida da população local, com uma visão de sustentabilidade procurando preservar as riquezas naturais e culturais da localidade para as futuras gerações.
Este envolvimento e engajamento a comunidade para a implantação do projeto poderá assegurar a longevidade do projeto.
 O envolvimento total das comunidades no setor do turismo não só traz benefícios a elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da experiência do turista.
Para ocorrer o desenvolvimento a partir de um projeto de ecoturismo é muito importante que as comunidades locais mantenham sua originalidade e autenticidade, onde cada comunidade possui sua trajetória e potencialidades, isto reflete a sua identidade cultural, a participação deve ter como estratégia tornar visível esta identidade cultural.
Esta cultura local é muito importante e deve ser valorizada para o visitante, complementando as riquezas naturais.
Como exemplo cito o caso da gestão do turismo pela comunidade local da Praia do Aventureiro, na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ. Que teve como uma mobilização intitulada Pró-Aventureiro, no qual buscava o direito dos moradores do aventureiro de ali se manterem e realizarem atividades relacionadas ao turismo. A Praia do Aventureiro foi inserida dentro dos limites da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, criada em 1981, ali já residia uma comunidade de pescadores com cerca de 300 anos. Após muitos conflitos por parte de moradores, turistas, órgãos públicos e ONGs ambientais, em 2007 houve a volta dos turistas, que visitam a área sob as novas regras, que entraram em vigor após o acordo entre todas as partes. Na alta temporada chegava a ter 2000 turistas e hoje é permitido no máximo 540 turistas. A Praia do Aventureiro foi retirada dos limites da reserva biológica e deu início a um processo para a criação de uma reserva de desenvolvimento sustentável, numa configuração em que os moradores do aventureiro ja vem há anos adaptando seu modo de vida à existência de uma reserva e se relacionando com o turismo de uma maneira singular associada ao seu modo de fazer a própria vida.


  
Deste modo conclui-se que o ecoturismo pode exercer em comunidades e economias locais um grande potencial transformador, como uma ferramenta tanto de conservação como do desenvolvimento local nos espaços naturais protegidos e suas populações tradicionalmente locais. 

Referências:
Carlos N. de Carvalho, Joana Rodrigues, Armindo Jacinto. Geoturismo e desenvolvimento local. Printmor. Idanha-a-Nova, Portugal. 2009.

Roberto Bartholo, Davis G. Sansolo, Ivan Burstyn (org). Turismo de base comunitária: diversidades de olhares e experiências brasileiras. Letra e Imagem. Rio de Janeiro. 2009.

Sylvia Mitraud (org). Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um planejamento responsável. WWF Brasil. Brasília. 2003.