sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ecoturismo e Identidade Cultural


Rafael Bilhan Freitas,  Ronaldo Facco

O ecoturismo tem sido uma das principais atividades promotoras do desenvolvimento local de comunidades tradicionais. Muito alem do que apenas turismo realizado em áreas naturais, o ecoturismo deve buscar atender as necessidades básicas da população local, buscando também a manutenção da diversidade cultural e tradições da comunidade e alem disso garantir a participação da comunidade nas tomadas de decisão. Segundo Instituto EcoBrasil:
O turismo de base comunitária é o tipo de turismo no qual a comunidade organiza e presta serviços para os visitantes, tais como: trabalhar como "guia" local, levar para pescar, para conhecer a roça, a casa de farinha, oferecer hospedagem, alimentação etc.

Um bom planejamento da comunidade nas atividades prestadas aos turistas diminuiria o risco gerado pelo contato com outras culturas, sendo assim, segundo BARTHOLO:
O turismo não é isento de riscos ou ameaças; a comunidade deve conhecê-los e debater sobre estes antes de iniciar um negócio e durante todo o seu ciclo de vida, a fim de salvaguardar seus interesses e minimizar os efeitos indesejáveis. Mais do que uma simples abertura ao exterior, com o turismo as comunidades enfrentam uma série de desafios para os quais, muitas das vezes, não estão preparadas.

Em outras palavras o que pode ser interessante para a comunidade trabalhar com ecoturismo:

- Valorizar o lugar onde a comunidade vive e interação com o “mundo lá fora”;

- Trazer benefícios econômicos, promovendo a melhoria da qualidade de vida;

- Preparar a comunidade para o turismo e também para outras atividades econômicas.



Em contra ponto aos benefícios que o ecoturismo pode trazer, há muitos malefícios, tanto para a comunidade local e o meio ambiente, por exemplo:

- Produção de lixo;

- Falta de respeito com a cultura;

- Risco de transmissão de doenças;

- Exploração da mão-de-obra comunitária;

- Comércio de artesanato abaixo do valor justo.

Segundo CAMPOS (2011):
[...] a despeito dos benefícios que o ecoturismo apresenta,  há que se considerar o risco da desestruturação cultural da comunidade. Portanto, acredita-se  que a participação comunitária no planejamento da atividade turística seja essencial para o  fortalecimento da identidade local e para a conservação ambiental e cultural da região.

Partindo do pressuposto que a atividade turística pode trazer benefícios sociais e econômicos para uma localidade, é essencial realizar um planejamento focado na realidade da comunidade. Sendo assim a autogestão dessa atividade pela comunidade é uma das estratégias para beneficiar, tanto o turista como a população local

Referências

Campos, R.F. Valorização da identidade cultural de uma comunidade quilombola: o ritual do candombe como atrativo turístico da Serra do Cipó (MG). Anais do VIII Congresso Nacional de Ecoturismo e do IV Encontro Interdisciplinar de Ecoturismo em Unidades de Conservação. Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.4, n.4, 2011, p. 510.

Bartholo, R. Turismo de Base Comunitária: diversidade de olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: letra e imagem, 2009.

EcoBrasil. Manual Caiçara de Ecoturismo de Base Comunitária. [s.l,sn].



Um comentário:

  1. Rafael e Ronaldo: em que pese o fato de o texto ter ficado bem articulado, a questão central expressa no título (Ecoturismo e identidade cultural) não é tratada senão de forma tangencial no texto de vocês. O Turismo de Base Comunitária é um caminho para que se estabeleça esta interação entre a atividade turística e a conservação do patrimônio cultural, mas o objetivo era que vocês focassem nesta interação e não tanto no caminho para se chegar a ela.

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