Rafael Bilhan Freitas, Ronaldo Facco
O ecoturismo tem sido uma das principais atividades
promotoras do desenvolvimento local de comunidades tradicionais. Muito alem do
que apenas turismo realizado em áreas naturais, o ecoturismo deve buscar
atender as necessidades básicas da população local, buscando também a
manutenção da diversidade cultural e tradições da comunidade e alem disso
garantir a participação da comunidade nas tomadas de decisão. Segundo Instituto
EcoBrasil:
O turismo de base comunitária é o tipo de turismo no qual a comunidade organiza e presta serviços para os visitantes, tais como: trabalhar como "guia" local, levar para pescar, para conhecer a roça, a casa de farinha, oferecer hospedagem, alimentação etc.
Um
bom planejamento da comunidade nas atividades prestadas aos turistas diminuiria
o risco gerado pelo contato com outras culturas, sendo assim, segundo BARTHOLO:
O turismo não é isento de riscos ou ameaças;
a comunidade deve conhecê-los e debater sobre estes antes de iniciar um negócio
e durante todo o seu ciclo de vida, a fim de salvaguardar seus interesses e
minimizar os efeitos indesejáveis. Mais do que uma simples abertura ao
exterior, com o turismo as comunidades enfrentam uma série de desafios para os
quais, muitas das vezes, não estão preparadas.
Em outras palavras o
que pode ser interessante para a comunidade trabalhar com ecoturismo:
- Valorizar o lugar
onde a comunidade vive e interação com o “mundo lá fora”;
- Trazer benefícios
econômicos, promovendo a melhoria da qualidade de vida;
- Preparar a
comunidade para o turismo e também para outras atividades econômicas.
Em contra ponto aos
benefícios que o ecoturismo pode trazer, há muitos malefícios, tanto para a
comunidade local e o meio ambiente, por exemplo:
- Produção de lixo;
- Falta de respeito
com a cultura;
- Risco de
transmissão de doenças;
- Exploração da
mão-de-obra comunitária;
- Comércio de
artesanato abaixo do valor justo.
Segundo CAMPOS (2011):
[...] a despeito
dos benefícios que o ecoturismo apresenta, há que se
considerar o risco da desestruturação cultural da comunidade. Portanto,
acredita-se que a participação comunitária no planejamento da
atividade turística seja essencial para o fortalecimento
da identidade local e para a conservação ambiental e cultural da região.
Partindo do
pressuposto que a atividade turística pode trazer benefícios sociais e
econômicos para uma localidade, é essencial realizar um planejamento focado na
realidade da comunidade. Sendo assim a autogestão dessa atividade pela comunidade
é uma das estratégias para beneficiar, tanto o turista como a população local
Referências
Campos, R.F. Valorização
da identidade cultural de uma comunidade quilombola: o ritual do candombe
como atrativo turístico da Serra do Cipó (MG). Anais do VIII Congresso Nacional
de Ecoturismo e do IV Encontro Interdisciplinar de
Ecoturismo em Unidades de Conservação. Revista Brasileira de Ecoturismo, São
Paulo, v.4, n.4, 2011, p. 510.
Bartholo, R. Turismo de Base Comunitária:
diversidade de olhares e experiências brasileiras. Rio de Janeiro: letra e
imagem, 2009.
EcoBrasil. Manual Caiçara de Ecoturismo de Base
Comunitária. [s.l,sn].
Rafael e Ronaldo: em que pese o fato de o texto ter ficado bem articulado, a questão central expressa no título (Ecoturismo e identidade cultural) não é tratada senão de forma tangencial no texto de vocês. O Turismo de Base Comunitária é um caminho para que se estabeleça esta interação entre a atividade turística e a conservação do patrimônio cultural, mas o objetivo era que vocês focassem nesta interação e não tanto no caminho para se chegar a ela.
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