ECOTURISMO
E DESENVOLVIMENTO LOCAL
Um dos princípios básicos do ecoturismo é
fazer com que as comunidades locais se beneficiem
economicamente da atividade turística, valorizando e preservando suas riquezas
culturais e ambientais, para isto a comunidade local deve fazer parte do
projeto de ecoturismo.
O ecoturismo
com base local alavanca os principais objetivos dessa atividade:
preservação/conservação ambiental, identidade cultural, geração de ocupações
produtivas e de renda, desenvolvimento participativo e qualidade de vida. O
efeito multiplicador da atividade ecoturística é uma conseqüência positiva para
o desenvolvimento local.
Para a comunidade se inserir dentro do
ecoturismo e alavancar o desenvolvimento social, ambiental e econômico é necessário
um treinamento e capacitação de membros da comunidade, adequando cursos a
realidade local.
A capacitação desta comunidade deve estar
voltada para um projeto com foco no ecoturismo, e não ao turismo convencional
ou de massa, que caracteriza-se por dominar o turismo de uma região,
contribuindo muito pouco para a comunidade residente.
Este é um dos maiores problemas enfrentados
pelas econômicas e comunidades locais, com o turismo convencional ou de
massa ocorre a centralização das
operações turísticas nas mãos de empresas, no qual se preocupam com a
maximização dos lucros acabando por substituírem os produtos e e a mão de obra
local.
Dentro da perspectiva do ecoturismo, este
pode ser entendido como um agente para o desenvolvimento endógeno, com o
aproveitamento dos recursos naturais e pessoais, estimulando o crescimento
econômico, criando emprego, renda e riqueza, sobretudo melhorando a qualidade
de vida e bem estar social da comunidade local.
Entre o s benefícios sociais advindos do
ecoturismo, este pode contribuir para o desenvolvimento de infra-estruturas
básicas, urbanas e de acesso, proporcionando comodidade e conforto aos usuários
e moradores locais.
Como benefícios econômicos o ecoturismo pode
apresentar novas fontes de renda em decorrência dos serviços criados, como
guias, pousadas e restaurantes.
O desenvolvimento acontecerá a partir da
participação da comunidade, tendo representatividade nas ações do projeto,
estabelecendo também parcerias para a viabilidade destas ações, que devem
promover as potencialidades da região dinamizando a economia em conjunto com a
qualidade de vida da população local, com uma visão de sustentabilidade
procurando preservar as riquezas naturais e culturais da localidade para as
futuras gerações.
Este envolvimento e engajamento a comunidade
para a implantação do projeto poderá assegurar a longevidade do projeto.
O
envolvimento total das comunidades no setor do turismo não só traz benefícios a
elas e ao meio ambiente em geral, mas também melhora a qualidade da experiência
do turista.
Para ocorrer o desenvolvimento a partir de um
projeto de ecoturismo é muito importante que as comunidades locais mantenham
sua originalidade e autenticidade, onde cada comunidade possui sua trajetória e
potencialidades, isto reflete a sua identidade cultural, a participação deve
ter como estratégia tornar visível esta identidade cultural.
Esta cultura local é muito importante e deve
ser valorizada para o visitante, complementando as riquezas naturais.
Como exemplo cito o caso da gestão do turismo
pela comunidade local da Praia do Aventureiro, na Ilha Grande, município de
Angra dos Reis, RJ. Que teve como uma mobilização intitulada Pró-Aventureiro,
no qual buscava o direito dos moradores do aventureiro de ali se manterem e
realizarem atividades relacionadas ao turismo. A Praia do Aventureiro foi
inserida dentro dos limites da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul,
criada em 1981, ali já residia uma comunidade de pescadores com cerca de 300
anos. Após muitos conflitos por parte de moradores, turistas, órgãos públicos e ONGs ambientais, em 2007 houve a volta dos turistas, que visitam a área sob as
novas regras, que entraram em vigor após o acordo entre todas as partes. Na
alta temporada chegava a ter 2000 turistas e hoje é permitido no máximo 540
turistas. A Praia do Aventureiro foi retirada dos limites da reserva biológica
e deu início a um processo para a criação de uma reserva de desenvolvimento
sustentável, numa configuração em que os moradores do aventureiro ja vem há
anos adaptando seu modo de vida à existência de uma reserva e se relacionando
com o turismo de uma maneira singular associada ao seu modo de fazer a própria
vida.
Deste modo conclui-se que o ecoturismo pode
exercer em comunidades e economias locais um grande potencial transformador,
como uma ferramenta tanto de conservação como do desenvolvimento local nos
espaços naturais protegidos e suas populações tradicionalmente locais.
Referências:
Carlos N. de Carvalho, Joana Rodrigues,
Armindo Jacinto. Geoturismo e
desenvolvimento local. Printmor. Idanha-a-Nova, Portugal. 2009.
Roberto Bartholo, Davis G. Sansolo, Ivan
Burstyn (org). Turismo de base comunitária:
diversidades de olhares e experiências brasileiras. Letra e Imagem. Rio de
Janeiro. 2009.
Sylvia Mitraud (org). Manual de ecoturismo de base comunitária: ferramentas para um
planejamento responsável. WWF Brasil. Brasília. 2003.
Teu texto está interessante, mas muito superficial. Não dá para a gente falar da importância do ecoturismo para o desenvolvimento local, sem discutir minimamente que desenvolvimento é esse! Poderia ter trazido algumas experiências reais, algumas reflexões da literatura..
ResponderExcluirMelhorou bastante Diego. Parabéns pela postagem!
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